Esquerda, Direita, Papais, Nenéns

07/03/2023

Sinto que os governos mais progressistas, com movimento sem terra (mst), chamem como quiser, clamam por falências, concordatas, exibir endividamentos.

Sinto ser muita coincidência várias companhias entrarem em falência aqui no Brasil em 2023, especificamente.

Pode ser que estes governos, como grandes úteros abraçantes, perdoem tudo, e permitam a nós, humanos, chorar! Chorar, reclamar, desabafar, nos encolher, pedir ajuda. Mamãe!, podemos, finalmente, clamar.

Governos mais enxugadores do estado parecem nos pedir para levantar, seguir firme.

Temos as duas capacidades.

Às crianças que sentem o aconchego de um novo país-útero, juntam-se aqueles pais, as grandes emissoras, os oligopólios gigantescos, o próprio governo deste estilo que, por vocação, amam decidir o futuro de muitos e, claro, como pais, acabam ficando com a principal renda, o grande lucro.

Dando mesadas genuinamente de coração para seus filhotinhos, mas mesada sempre em percentual baixo em comparação com o lucro/a verba toda/a renda toda.

Um casamento, uma união, um merecimento de ambos os lados.

Nós temos estas capacidades todas: chorar, mamar; gerenciar, cuidar; levantar, ser mais independente.

Eureka! É isto que é o estado-útero, mst, lula, globo. Papais zelosos cuidando de frágeis criancinhas: o cidadão.

Note que nem Tralli nem Bonner dão mais do que 50% de seus bons salários para estas criancinhas. Não: eles dão carinho sincero, vitimizam, protegem entre reportagens que tratam o povo como frágeis vítimas, quase idiotas (criancinhas, dependentes). Mas a mesada é baixinha: deixa que dinheiro grosso é comigo - dizem os papais Itaú, lula, globo, outros poucos gigantes que cuidam de todos.

Neste "casamento" estamos eternamente sem esgoto, frágeis, endividados, coitados, tomando mordida de tubarão em recife, sendo assassinada por maridos cruéis - tornozeleira neles -, os próprios criminosos vítimas também, não tinham muito como mudar.

Estes pais zelosos, que cuidam do nosso dinheiro em oligopólios mas são sinceramente paizões quase perderam seus filhos em 2018.

Que susto!

Só uma mãe/pai sabe a dor de um filho sair de casa. Mesmo que fique independente.

Mas crianças não mudam tão rápido.

Já retornamos.

Leite morninho, que delícia. Alguém cuidando de tudo. Abraçar os joelhos, quentinho, útero.

Você é paizão, nenenzinho ou nenhum dos dois?

Se você não é nem paizão nem nenenzinho, seu partido político perdeu as eleições em 2022.

Não adianta: enquanto houver metade mais um de nenenzinhos no país, não adianta você querer um estado que não encha o saco, liberdade, erguer-se, fazer sua própria estória sem burocratas nem papaizinhos se intrometendo.

É preciso caminhar juntos, em maioria, quando se trata de um país, uma cidade, um estado, um bairro, um condomínio, uma casa.

Se você é um paizão, só o paizão político sempre ganha.

O funcionário público tende a ter seus salários atrasados, mesmo que esse colapso demore vários anos: já estava acontecendo no RS e no RJ no final dos governos-útero federais até 2016. Falta grana para pagar.

Já o paizão funcionário bem posicionado em uma empresa monopolista ou oligopolista, como um de poucos gigantes bancos, uma de poucas gigantes emissoras , produtora de carne, construtora (etceteras), eu não me acomodaria: é exatamente o monopólio, a falta de outras empresas, que tira a necessidade de disputar os melhores profissionais pagando melhor, ao mesmo tempo que, do lado do cliente, haja disputa por preços mais baixos e qualidade maior.

Ou seja: se voce é paizão nesta análise psicanalítica cultural, só se você for político você realmente está mais protegido com esta relação de estado-útero com uma população de maioria de nenenzinhos, frágeis e vitimizados.

Todos nós temos todas estas capacidades, mais, ou menos, adormecidas.